Reitoria da Unicamp tira sarro da comunidade universitária

Destacado

R$150 milhões para terreno sem uso, sem qualquer discussão ampla na universidade.

 Leonardo Minelli
Estudante de Ciências Sociais da Unicamp 

Na semana retrasada toda a comunidade acadêmica da Unicamp ficou surpresa com o súbito anúncio de que a reitoria da Unicamp realizaria a compra de um terreno de área de 1.434.843,13 m² (~140 hectares, ou aproximadamente, 140 estádios de futebol), cujo valor chegaria à (assustadora) cifra de 150.000.000 de reais.

A eventualidade foi marcante sobretudo por, através dela, ter sido anunciada a existência de uma “reserva previdenciária constituída no período de janeiro de 2006 a outubro de 2008”, em posse da Unicamp, no valor de 155.000.000 de reais. Essa cifra se formou em função de uma dívida que a Unicamp tinha (e para a qual guardava dinheiro), mas cujo valor foi renegociado. Também houve, desde o período em que a dívida se formou para agora, a incidência de uma inflação, o que fez com que a soma que havia guardada se multiplicasse. A combinação desses fatores fez com que a Unicamp detivesse tal “reserva” no presente momento, no referido valor.

Na reunião extraordinária do CONSU (Conselho Universitário, principal órgão deliberativo da Unicamp) realizada no dia 05-jun (ter), cuja pauta era precisamente o terreno, decidiu-se por continuar as discussões sobre o tema, tendo em vista que não havia consenso sobre comprar ou não o terreno.

A despeito de ter retrocedido (momentaneamente) à compra, essa série de eventos explicita muito acerca da reitoria da Unicamp, dos rumos dessa universidade e do projeto que está colocado para seu desenvolvimento.

Ocupação na moradia estudantil – 2010

Primeiramente: durante o “acordo” realizado por parte da reitoria da Unicamp, quando da construção da moradia estudantil, havia o compromisso de dispor a moradia estudantil a uma porcentagem de 10% do corpo discente da universidade. À época (começo dos anos 90) esse número era próximo de 1.500. Hoje, a Unicamp quase triplicou a quantidade de estudantes (cerca de 35.000) e, no entanto, a quantidade de vagas na moradia estudantil está em torno de 900, número muito abaixo do necessário (e muito abaixo dos 10% que vigoram no projeto inicial). Sem falar que a pouquíssimo tempo, a Administração da Moradia Estudantil queria expulsar estudantes mães com filhos acima de seis anos. Além da necessidade de mais vagas na creche universitária.

Se sobra dinheiro para a Unicamp, a ponto de sua reitoria pensar em comprar um caríssimo terreno sem que haja um uso prévio para ele, achamos que é fundamental cobrar essa reitoria para que construa moradia estudantil! Existem campi da Unicamp (como o de Limeira) que não possuem moradia. Reitoria da Unicamp, use esse dinheiro para expansão do programa de moradia estudantil da universidade, e para expansão do projeto para todos os campi!

Sabemos que, além de moradia, temos outros problemas na universidade. É necessário também trazer a questão da qualidade de ensino. No presente momento, vemos explodir nas federais do país greves, que já se expandiram para quase 50 universidades. Tais greves são, em sua maioria, de professores; mas muitos estudantes e funcionários também já se somaram ao processo, tendo já diversas universidades com greve de estudantes e de funcionários técnico administrativos.

Essas greves dão resposta a problemas concretos da educação no país, que se materializam na precarização das condições de trabalho de professores e funcionários, e no aumento na relação de quantidade entre alunos e professores. A cada vez mais, os professores dão aulas a turmas maiores, e têm que manter uma quantidade cada vez maior de orientandos. A Unicamp não se encontra isolada desse contexto. Também aqui, ainda que de forma menos direta que nas federais, o processo de degradação da educação do país se manifesta.

Nesse contexto, é inaceitável que nossa reitoria cogite comprar tal terreno sem apresentar claramente qual o projeto acadêmico com ele vinculado. Se sobra dinheiro à universidade, que contratemos professores! Melhoremos a condição de trabalho dos funcionários, concedendo Isonomia com os trabalhadores das estaduais paulistas!

Nesse contexto, no qual a reitoria da universidade pode tomar uma decisão (absurda) sem qualquer discussão na universidade, é fundamental que a reitoria crie amplos espaços de discussão na universidade, acerca da compra do terreno, e acerca do projeto da universidade em geral.

Não à compra desse terreno caro e sem uso! Pela abertura de amplas discussões na universidade, com todos os setores (estudantes, professores e funcionários) acerca da questão! Por paridade dos setores nos órgãos universitários de deliberação, como o CONSU!

Pela ampliação de vagas da moradia estudantil, até atingir a cifra de 10% do corpo discente! Pela construção de moradia em Limeira!

Pela contratação de professores para a universidade! Só com mais professores melhora a qualidade de ensino!

Por isonomia salarial dos funcionários das estaduais paulistas!

O ReUni na prática: um primeiro balanço

 Por Eli Magalhães,

mestrando em sociologia da Unicamp

ImagemNo dia 16 de maio, o Centro de Estudos Avançados, ligado à reitoria da Unicamp, realizou um seminário com o professor Jacques Schwartzman, da Universidade Federal de Minas Gerais, que tinha como título “A experiência do ReUni nas universidades federais: sua concepção e primeiros resultados”. O professor Schwartzman é economista e membro da comissão de avaliação da implementação do projeto na UFMG. Apesar de simpático ao projeto, ele não consegue esconder suas debilidades e contradições. E, em uma defesa sincera do ReUni, apresenta seus verdadeiros objetivos e origens.

 ReUni: a continuidade da política de FHC para as IFES

 De início, Schwartzman preocupou-se em apresentar o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o ReUni, implementado no fim de 2007. Através do decreto 6.096, o então Presidente Lula (PT), inicia um plano de reestruturação das Instituições Federais de Ensino Superior, que tinha duas metas principais a serem cumpridas no prazo de cinco anos: elevar a relação de estudantes por professores de 10 para 1, em 2007, para 18 para 1 na graduação; e elevar a taxa de concluintes da graduação para 90% dos ingressantes.

Essas metas haviam sido apresentadas ao presidente Lula já em 2003, pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), sob a forma de uma proposta para dobrar o número de vagas nas universidades federais, priorizando cursos noturnos e licenciaturas. Em 2008, 53 IFES assinaram um termo de compromisso com o presidente e o MEC, declarando que cumpririam os termos do que passou a ser chamado de ReUni.

Segundo dados da OCDE, a média mundial da relação estudante/professor é de 14,9. É interessante a observação dos índices de alguns países: no Japão 10,1; na Alemanha 11,9; na Noruega 9,2; na Suécia 8,8; na Rússia 12,7; nos EUA 15,3. Em 2010, segundo o Censo da Educação Superior e a CAPES, o Brasil atinge uma relação de 17,9 estudantes por professor. Destrinchando um pouco mais esses dados eles se apresentam dessa forma: IFES 12,7 estudantes por professor em 2010; estaduais paulistas 13,8; instituições de ensino superior privadas 19,9. A meta, como se pode ver, visa igualar os índices das universidades públicas ao daquelas do setor privado, sob um discurso de expansão e melhor utilização dos recursos.

Schwartzman, louvando o projeto, afirma que “o ministério da educação sob Paulo Renato [na época de FHC (PSDB)] buscava resolver esse problema reduzindo a contratação de professores. O ReUni faz isso contratando professores, mas em uma proporção menor ao do número de vagas abertas. A política é diferente, mas a preocupação é a mesma”. A palavra mágica da atual expansão das universidades federais sob a regência de Lula é, portanto, idêntica à de FHC: otimização!

Os governos utilizam de um discurso que taxa as universidades públicas como ineficientes, burocráticas, pouco flexíveis, mesmo num contexto em que elas são responsáveis pela produção de 97% da ciência brasileira, quando o país se encontra no 13º lugar do ranking mundial de produção científica. Tudo isso para justificar uma política que confunde e iguala, a cada passo, o público e o privado, apresentando sob a aparência de expansão, na verdade, a precarização do direito à educação.

A expansão das IFES

A expansão precarizada das IFES começa antes mesmo do ReUni, embora ele tenha sido de grande importância para a sua consolidação. Em 2006, há uma primeira rodada de abertura de novas universidades federais. Entre esse ano e o de 2010, há um aumento de 63,6% do número de vagas, 101% de expansão de vagas no período noturno. Somam-se 810 novos cursos abertos entre 2006 e 2010. A maior parte de todos esses índices deve-se ao ReUni. Números impressionantes, mas que não mudam o fato de que apenas 14% da juventude brasileira encontra-se no ensino superior, e 75% dela o faz pagando altas mensalidades aos empresários da educação. Afinal, como disse o professor de Minas: “O governo tratou bem o setor privado”, referindo-se a programas como o ProUni, o Fies etc.

Schwartzman aponta para uma segunda continuidade entre FHC e Lula no projeto de reestruturação das IFES: “A cultura da avaliação veio para ficar”. E, demarcando diferenças pontuais, ressalta a semelhança de concepção entre o antigo Provão (de FHC) e o atual ENADE (de Lula). Para o professor da UFMG, contudo, os novos cursos têm demonstrado uma queda do desempenho dos estudantes nessas provas. Sem se opôr à concepção desse tipo de avaliação, atira ao público sua hipótese de explicação para isso: “Perda da qualidade de estudantes de novos cursos lecionados à noite, que vem a se somar a um sistema de bônus e cotas”. Como se não bastasse, além de ter de conviver com uma expansão precarizada, os estudantes dos novos cursos são culpabilizados pela falta de qualidade da educação que recebem num misto de vulgaridade e preconceito, especialmente com os estudantes cotistas!

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Quando questionado se os cursos abertos foram supridos com as estruturas mínimas para seu funcionamento, o professor respondeu: “Não há balanço fechado sobre isso”. No entanto, os estudantes têm demonstrado seu próprio balanço pela via da mobilização. A ampliação da assistência estudantil esteve dentre as principais reivindicações da greve que uniu os três setores da comunidade acadêmica em 2011 na UFPR. Em São Paulo, foi possível acompanhar a greve da Unifesp Guarulhos, que tinha como reivindicações salas de aula suficientes, ampliação da biblioteca, laboratórios de pesquisa e informática, moradia estudantil, creche para estudantes e funcionários etc. Em suma, medidas básicas para o desempenho de quaisquer atividades acadêmicas e que refletem um aumento de vagas nas federais que não foi acompanhado por um aumento proporcional em sua estrutura. Tudo isso demonstrando que a meta de aumento da assistência estudantil, presente no decreto 6.096, passou longe de ser cumprida.

Na manhã da sexta-feira 18, os estudantes da Unifesp, dessa vez do campus Diadema, dão mais uma lição de luta, saindo em apoio à greve nacional dos professores universitários. O ReUni, com o aumento de estudantes por professores contribui para a precarização da carreira docente, fazendo com que tenham de acompanhar mais orientandos, mais turmas etc.

Se, por um lado, há a precarização com o aumento da carga de trabalho, por outro, há uma precarização salarial velada. Segundo Schwartzman, a carga horária dos professores não aumentou na UFMG, permanecendo em 10 horas aula semanais. O aumento da demanda trazido com a expansão de vagas foi preenchido com o pagamento de bolsas a estudantes da pós-graduação. O que o professor não declara é que, na prática, os pós-graduandos assumem as mesmas responsabilidades e atividades de um professor efetivo, porém recebem uma bolsa de valor muito mais baixo que o salário do docente pleno.

O mesmo ocorre na Unicamp, estadual paulista, onde 1.305 pós-graduandos envolveram-se em projetos como esses no ano de 2010, em uma universidade que precisaria contratar 297 professores para retornar ao quadro que possuía em 1994. Os programas de estágio docência, portanto, ao invés de proporcionar uma experiência de formação na pós-graduação, vêm sendo utilizados como verdadeiros tapa buracos, assim como já acontece há algum tempo com as bolsas-trabalho, que fazem com que estudantes assumam os postos de funcionários recebendo bolsas muito abaixo do valor dos salários pagos aos trabalhadores para cumprir funções semelhantes, ao invés de receberem bolsas de estudo. Assim, se esse tem sido o caminho comumente seguido pelas IFES, o ReUni coloca a carreira docente em uma encruzilhada macabra: precarizar o trabalho pela sobrecarga da demanda, ou precarizar o trabalho através da substituição de professores efetivos por estudantes ainda não formados na pós-graduação e menos remunerados.

Expansão sim, mas com qualidade! 10% do PIB para a educação!

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No último dia 10 de maio, a Andifes, a exemplo do que fez em 2003, reuniu-se com o ministro da educação, Aloizio Mercadante (PT), para apresentar uma nova proposta para a educação superior federal, que vem sendo chamada de o ReUni II. Trata-se do Programa de Expansão, Excelência e Internacionalização das Universidades Federais, o PEEXIU. Sem apresentar nenhuma avaliação séria dos cinco anos de ReUni, o texto da proposta elenca uma série de metas que representam a sua continuação e aplicação em outras áreas da vida universitária como a pós-graduação. Entre elas:

aumentar vagas de ingresso na graduação, especialmente no período noturno;

aumentar a oferta de vagas nos cursos de mestrado e doutorado;

ampliar o financiamento do sistema de educação à distância;

apoiar iniciativas de valorização de empreendedorismo na pós-graduação;

estabelecer uma política específica com as empresas no âmbito da educação continuada de recursos humanos e a busca do estreitamento da pesquisa aplicada no sentido de facilitar a inovação na cadeia produtiva.

O horizonte é óbvio: intensificação da expansão precária do ReUni. Além disso, um giro cada vez maior para o atendimento das demandas mercadológicas dos setores empresarias, fazendo com que as pós-graduações, responsáveis por grande parte da produção científica, voltem-se para o empreendedorismo por um lado, e, por outro, que as universidades assumam declaradamente sua função de “formação continuada” dos recursos humanos das empresas.

Estamos chegando ao fim da experiência do ReUni e existem poucos indícios de que ele tenha representado a “revolução na educação brasileira” que Lula prometeu em 2007. Pelo contrário, tudo indica que nos afastamos ainda mais de uma educação pública, de qualidade e para todos. A expansão levada à frente nos últimos anos força aos estudantes escolherem entre quantidade e qualidade como se fossem opostos. Se se expande, piora a educação. Os estudantes dizem não a essa alternativa.

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Em 2011, a ANEL juntou-se a campanha dos 10% do PIB para a educação. A reivindicação completou 10 anos, sem que sequer as tímidas promessas dos governos tivessem sido cumpridas. Hoje, apenas 4,5% de toda a riqueza do país é destinada para a melhoria do sistema de ensino e para a produção de conhecimento. Menos da metade do necessário para a garantia desse direito. Enquanto isso, 20% do PIB é destinado para o pagamento da dívida pública do país. A presidenta Dilma, apesar das promessas, sequer aceitou discutir essa meta para o novo PNE.

Os estudantes querem sim a expansão da universidade pública! Mas com qualidade! Para isso, a ANEL quer abrir o debate pela continuidade da campanha que culminou com plebiscito pela educação no ano passado. Todos à luta!

Expansão com 10% do PIB para a educação!

Educação pública, gratuita e de qualidade para todos!

BASTA DE GUERRA: É hora de outra política de drogas para o Brasil

A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre assina o Manifesto da Marcha da Maconha abaixo, acompanhe também o caledário das marchas e participe!

Para acabar com a guerra do narcotráfico: legaliza já!

19 de maio – São Paulo (MASP, 14h)
26 de maio – Diadema – ABC (Praça da Moça, 13h)
02 de junho – Campinas (Largo do Rosário, 14h)

(Para assinar o manifesto, individualmente ou em nome de grupos, movimentos e entidades, escreva para saopaulo@marchadamaconha.org )

BASTA DE GUERRA: É hora de outra política de drogas para o Brasil

O debate está em jornais, revistas, redes de televisão. Tomou ruas, internet, livros, personalidades, políticos e campanhas eleitorais. Ganhou espaço e consistência que mostram cada vez mais a falência da política proibicionista em termos humanos, de segurança, de direitos, liberdades e saúde pública. O Brasil se tornou um dos mais sangrentos campos de batalha da guerra às drogas, um sistema racista, antigo e ineficiente para lidar como uma questão complexa e urgente. Uma lei que redunda em morte e gastos públicos elevados e de nenhuma forma ataca o consumo entre jovens e adultos, muito menos o abuso: apenas desloca-o para uma esfera ainda mais intocável.

O consumo de substâncias alteradoras de consciência é milenar, está imbricado com a própria evolução da humanidade. A tentativa recente de coerção a este hábito, às vezes nocivo à saúde às vezes não, não só é comprovademente um fracasso como traz em si uma série de efeitos nefastos e que devem preocupar a qualquer um que deseja um mundo menos injusto.

Da mesma forma que uma caneta pode escrever lindos poemas ou perfurar uma jugular, os efeitos das diferentes drogas, com suas diferentes culturas de uso, dependem de seu uso. Assim, ao mesmo tempo em que não cabe demonizá-las a priori, como se fossem dotadas de propriedades metafísicas, tampouco é sensato endeusá-las, acreditar que elas por si sejam transformadoras, revolucionárias ou coisa que o valha. Não defendemos que o uso de drogas traga um mundo melhor, mas não deixamos de ver o evidente: a proibição do consumo de algumas delas torna o mundo muito pior.

Você se importa com o encarceramento em massa? O Brasil já é o terceiro país que mais prende seus cidadãos no mundo, atrás apenas de EUA e China, e dos cerca de 500 mil detidos no país praticamente um quarto deles está nesta situação desumana por conta de crimes relacionados a drogas.

Você se importa com o racismo e a criminalização da pobreza? A origem da proibição da maconha, e de outras drogas, está altamente conectada com discursos e práticas racistas e xenófobas, em todo o mundo. No Brasil, a primeira lei que criminalizou a maconha tinha como alvo a população negra do Rio de Janeiro, e hoje a maior parte dos afetados pela guerra às drogas tem pele escura e baixas condições econômicas. Enquanto ricos e classe média são identificados como usuários, o pobre é sempre o traficante, com a guerra às drogas servindo como instrumento estatal de segregação e controle social de populações desfavorecidas.

Você se importa com o sofrimento humano e com o avanço da ciência? A proibição das drogas não só impede tratamento efetivo, de qualidade e público aos que fazem uso abusivo como freia também o desenvolvimento da ciência, que pode ter muitos ganhos com as pesquisas sobre psicotrópicos em geral. Já foi provado cientificamente o valor medicinal da cannabis – e de outras drogas transformadas em “tabu” – no tratamento de diversas enfermidades que sofremos, aliviando seus sintomas e preparando a cura: câncer, AIDS, Mal de Parkinson, depressão, ansiedade, enxaqueca e a lista não para de crescer.

Você se importa com informação de qualidade e prevenção ao uso abusivo? Você se importa com direitos civis e liberdades individuais? Você se importa com a situação da mulher e o encarceramento feminino no Brasil? Você se importa com a corrupção? Você se importa com guerras e conflitos armados ao redor do mundo? Você se importa com a colonização da política e da vida empreendida pelas indústrias armamentista e farmacêutica?

Chegou a hora de ver que isso não interessa só a meia dúzia de maconheiros, chegou a hora de parar de estigmatizar este debate. Chegou a hora de encarar os fatos, olhar nos olhos da realidade e ver que como está não pode ficar. A luta contra o proibicionismo quer colocar seus ombros ao lado de todos que lutam por outro mundo, assim como convidar aqueles e aquelas que dizem um basta à injustiça e à opressão a participar de nossa caminhada. Afinal, quando uma luta avança, nenhuma outra retrocede.

Basta de racismo, moralismo, violência, corrupção e proibição. Queremos o direito à saúde, à informação, ao próprio corpo, à autonomia, à liberdade: é tempo de uma nova política de drogas para o Brasil.

Já assinam:

Marcha da Maconha São Paulo
ABESUP – Associação Brasileira de Estudos Sobre Psicoativos
Amparar – Associação de Amigos e Familiares de Presos
ANEL – Assembleia Nacional de Estudantes – Livre
CEDECA Interlagos
Centro Acadêmico Benevides Paixão – PUC-SP
Coletivo Cultivando uma Ideia – Viçosa (MG)
Coletivo DAR – Desentorpecendo a Razão
Coletivo Plantando Consciência
Coletivo Revolução Verde
Coletivo Semeando
Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) – Regional SE1
Growroom
Marcha da Maconha Juiz de Fora
Marcha da Maconha Viçosa
MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
NEILS- Nucleo de Estudos de Ideologia e Lutas Sociais da PUC – SP
NEIP – Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos
ONG Centro de Convivência É de Lei
ONG Plantando Consciência
Rede Pernambucana de Redução de DanosTribunal Popular – O Estado
brasileiro no banco dos réus

Com o “Dedo na Ferida” o rapper Emicida é detido pela PM após show em BH

Destacado

Por Caue Pastrello,
estudante de ciências sociais da Unicamp

13 de Maio de 2012, há exatamente 124 anos, em 1888, se oficializava a “libertação dos escravos”. Porém, em Belo Horizonte, na noite deste 13 de Maio, o rapper negro Emicida, no fechamento do evento Palco Hip – Hop, movimento artístico negro, cantando para a juventude negra, foi detido pela PM por desacato a autoridade. A apresentação de Emicida começou com uma mensagem de apoio a Ocupação Eliana Silva que contava com cerca de 350 famílias, e recentemente, dia 11, foi desocupada de forma brutal pela PM de Minas Gerais a mando da Prefeitura de BH. O rapper nunca se omitiu ante a forma violenta com que a polícia e os governos tratam as famílias mais humildes e o povo pobre em geral. No caso da desocupação e expulsão de 1600 famílias do Pinheirinho, em São José dos Campos, realizada pela PM, no dia 22 de janeiro de2012, a mando do governador Geraldo Alckmin (PSDB), da prefeitura de São José dos Campos, também governada por Eduardo Cury (PSDB), e da Justiça do Estado de São Paulo, Emicida prestou total solidariedade e disse que o acontecido fazia com que o Pinheirinho fosse “o Canudos do século XXI”.

Após a sua intervenção em forma de protesto, Emicida começou a cantar sua música “Dedo na Ferida”, que trata justamente deste tema, após pouco tempo a polícia começou a invadir o palco e querer prender Emicida por desacato. Seria desacato se utilizar do microfone para protestar contra a forma violenta com que a PM trata os mais humildes? Seria desacato protestar contra a política brasileira que trata como caso de polícia qualquer movimento social? Como o próprio Emicida diz em “Dedo na Ferida”: “Ainda vivemos como nossos pais Elis… Quanto vale uma vida humana, me diz?”. Parece que ainda vivemos no tempo dos nossos pais, pois ao vermos ações como essa, imaginamos que a ditadura ainda não acabou, e as vítimas dessa repressão e perseguição têm classe e cor, o povo pobre negro da periferia. Com certeza para a PM e para os políticos, a vida humana vale muito menos do que qualquer propriedade privada, seja ela de especuladores ou abandonadas.

Se o povo negro não tem direito sequer a uma denúncia quando seus direitos são violados, se não podem sequer ter sua voz amplificada através do movimento Hip – Hop, que dirá então em ambientes de produção de conhecimento, como as Universidades Públicas? Pois a mesma elite que pressiona para que os governos ataquem o direito das famílias à moradia em favor de suas propriedades, é a elite que se põe de pronto contra as Cotas Raciais nas Universidades, se apoiando no mito da “democracia racial”, e tentando esconder a imensa desigualdade de oportunidades que os negros e negras têm de enfrentar, condenando o povo negro à marginalização. Vemos, com a atitude da PM, que a repressão dos senhores de escravos foi substituída pela ação de polícias e milícias, que exterminam jovens negros na periferia e buscam calar aqueles que denunciam a opressão. Após o show Emicida foi levado a uma delegacia e em seguida liberado.

Por isso é necessário organizar a resistência a esses ataques e a política de criminalização da pobreza e da periferia. O movimento hip-hop é hoje uma expressão dessa resistência, e assim como os quilombos o foram no passado, é perseguido e criminalizado pelo governo e pela polícia. É preciso denunciar essa falsa democracia que vivemos, onde quem manda são os ricos e empresários e o povo trabalhador não tem voz nem vez. Como diz Emicida em “Dedo na Ferida”: “Porque a justiça deles, só vai em cima de quem usa chinelo e
é vítima […]” e a “[…] agressão de farda é legítima”.

– Total solidariedade ao rapper Emicida e a todos os artistas engajados na luta pela transformação social!
– Contra a criminalização da pobreza, da população negra e dos movimentos sociais!
– Pela desapropriação do terreno do Pinheirinho em prol dos trabalhadores!
– Pela implantação de cotas raciais nas universidades, proporcionais à população negra da região respectiva!

Começou o 1º Congresso da CSP-Conlutas

por João Pedro Mendonça

Começou hoje o 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas em Sumaré-SP, Central Sindical e Popular que ANEL compõe e constrói, colocando o movimento estudantil lado-a-lado das lutas dos trabalhadores.

Durante o dia aconteceu o 1º Encontro de Mulheres da CSP-Conlutas, com a presença de delegados de diversos estados, diferentes setores e movimentos populares, contando até com a presença internacional de Fatma Ramadan, que esteve à frente da recentes lutas egípcias, como também a estudante Daniela, da Federação Nacional dos Estudantes da Costa Rica.

No começo da noite, antes da abertura solene do congresso, o grupo de rap Giria Vermelha (MA) fez uma pequena apresentação do seu rap combativo, colocando o Hip Hop como instrumento de luta dos trabalhadores no combate à opressão e exploração imposta pela burguesia, consignais do Hip Hop militante do movimento “Quilombo Urbano”.

“então, mova-se pra ver se a coisa muda
a arte pela arte para nós é surda e muda
não nos fede e não cheira
pra periferia tem que ir pra lixeira” (Lutar é preciso).

A mesa de abertura contou com representantes da CSP-CONLUTAS, Intersindical, UGT, Frente Nacional de Resistência Urbana, do Movimento de Resistência Quilombola, PSTU, PSOL, com Dircen Verón dos Indigenas Kaiowá-Guarani, e com as participações estrangeiras dos estudantes secundaristas do Chile e com a Egípcia Fatma Ramadan, entre outros convidados.

Cabo Daciolo, lider da greve dos bombeiros do RJ também saudou o Congresso e quando reparou no meio da plateia o grupo de estudantes com camisetas e bandeiras da ANEL, falou sobre a importância do apoio desses estudantes à greve da sua categoria e pediu para que cantássemos a palavra de ordem: “1, 2 3 4 5 mil e viva a aliança operário-estudantil”.

É com essa pluralidade na composição da Central Sindical e Popular que une organizações sindicais, populares, estudantil e de combate às opressões, que a ANEL reitera o seu apoio à CSP-Conlutas e se consolida como uma das forças ativas no fortalecimento desta entidade de luta dos trabalhadores e dos setores oprimidos, forte graças à sua independência diante ao governo e aos patrões.

Viva à CSP-Conlutas!
Viva à aliança operário-estudantil!
Viva à luta dos trabalhadores no mundo!

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SÓ A LUTA MUDA A VIDA!!!

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Movimento estudantil conquista circular externo e garante maior segurança às mulheres

por Ligia Carrasco*

Julho de 2011 foi um mês em que poucas mulheres da comunidade de Barão Geraldo poderão se esquecer. Fomos surpreendidas por uma série de estupros seguidos: três casos em duas semanas.

Essa situação alarmante obrigou que nós mulheres tivéssemos de nos preocupar em não andarmos sozinhas pelas ruas, que pensássemos as roupas que iríamos vestir, que andássemos com medo e angustiadas a todo tempo pelas ruas de Barão Geraldo. Será que não é possível que andemos pelas ruas sem medo de sermos constrangidas a qualquer momento? Será que é possível que não sejamos submetidas às piores formas de agressão física, psicológica ou sexual?

Nesse momento, nós mulheres respondemos que se não é possível, então nós vamos à luta! Ao passo em que a polícia nos dizia que “a situação estava sob controle” e que as “estatísticas estavam dentro da normalidade”, nós mulheres dissemos que não somos apenas mais um número dentro das estatísticas absurdas que o machismo faz com que as pessoas acreditem ser a normalidade.

ANEL presente

A partir de reuniões semanais de planejamento contra a violência às mulheres chamamos a todas as indignadas e indignados que se somassem para juntos nos fortalecermos e darmos uma resposta a uma situação que não poderíamos aceitar caladas.

O combate ao Machismo também é tarefa dos homens!

A ANEL foi parte ativa desse processo ao construir as reuniões, passar em salas colhendo assinaturas para os manifestos escritos a partir das reuniões, ajudar na construção e no chamado aos atos no centro de Campinas e em Barão Geraldo e em tudo que fosse possível.

Lembramo-nos tristemente das barbaridades que o machismo causou às mulheres de Barão Geraldo e que causa diariamente a todas as mulheres, onde o machismo, enquanto ideologia predominante, tem o estupro como sua face mais perversa, mas que também se manifesta, muitas vezes mascarado, a todos os momentos.

Mas nos lembraremos também, muito felizes, como só a luta muda a vida!

Toda nossa força manifestada de maneira conjunta e todo esforço em reivindicar mais segurança para todas nos trouxe frutos. Fizemos atos com centenas de pessoas em Barão Geraldo e uma Marcha das Vadias no centro de Campinas. Mostramos que o movimento estudantil pode se organizar – e com muita força! – para dizer basta e reivindicar seus direitos .

A luta não acabou!

Neste mês de abril, passa a funcionar um ônibus Circular Externo ampliando, assim, os trajetos percorridos desde a Unicamp até as avenidas principais de barão. Este circular cobrirá não só o trajeto até a Moradia Estudantil, como também as regiões da Avenida 1, centro de Barão Geraldo e da Avenida 3, irá parar em mais pontos pelo caminho e funcionará a partir das 18 horas.

No entanto, vencemos apenas uma batalha e ainda não ganhamos a guerra contra o machismo e pela garantia de vivermos livres e seguras. A conquista do ônibus é um grande passo, mas nossas reivindicações não se esgotam ai. Afinal, por exemplo, seja dentro do campus universitário ou pelo resto de Barão Geraldo nos deparamos ainda com uma iluminação precária e inexistente em algumas regiões. Sem contar a falta de poda de árvores e de grama que combinada com a falta de iluminação só favorece para aumentar a nossa insegurança e que mais casos de violência se repitam, especialmente à mulher.

Outro ponto é a assistência às vítimas, ainda reivindicamos o funcionamento 24 horas da delegacia da mulher, para que as vítimas possam ser acudidas e registrar as denúncias de violência a qualquer hora do dia; como também a garantia de funcionários públicos, de vigilantes do campus a atendentes dos hospitais , treinados para o atendimento psicológico e à saúde das vítimas.

Esta vitória é o exemplo de que os estudantes organizados tem muita força e só lutando poderemos garantir mais avanços para nós mulheres e para todos os estudantes, afinal, ainda há muito que ser conquistado!

À luta, companheir@s!

“A nossa luta é todo o dia, somos mulheres e não mercadoria.”

Passeata conta a onda de estupros, com bloco da "Marcha das Vadias"

Novo itinerário do circular Moradia-Unicamp:

http://www.prefeitura.unicamp.br/prefe/site-novo/circularmoradia-normal2.pdf

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ANEL lança cartilha LGBT na Unicamp

por Ligia Carrasco
 
 Na última terça-feira, 03 de abril, foi realizada uma atividade de lançamento da Cartilha
LGBT da ANEL. A atividade ocorreu no anfiteatro do IEL/Unicamp e sua mesa contou com a presença de Guilherme, membro da ANEL e colaborador da cartilha e também de Carlos, membro da CSP-Conlutas e professor da rede pública de Campinas. Além dos palestrantes contamos também com a presença de diversos estudantes dos mais variados cursos.

 

Durante as exposições feitas tanto por Guilherme e Carlos como por todos os participantes, com questionamentos ou contribuições ao debate, muito se pôde desenvolver em conjunto acerca do tema. E é exatamente isso que nós da ANEL esperamos poder proporcionar com esse novo material que é a Cartilha LGBT: abrir espaço para que todos possamos entender e elaborar de maneira cada vez mais avançada o debate sobre o que é a homofobia e como fazer para combatê-la.

 
Assim caminhou, então, a discussão. Pudemos ter uma grande explicação sobre alguns conceitos de enorme relevância para que se possa ser entendida a origem da homofobia, tais como sexualidade, gênero e orientação sexual, que dentro de suas significações não só ajudam na qualidade das elaborações, mas também alertam para a maneira como algumas palavras, piadas ou termos podem ser homofóbicos e oprimir um LGBT.

 
Dentre tantos pontos importantes outro debate muito prolongado e necessário durante a atividade foi o problema da homofobia nas escolas. O ambiente escolar, desde muito cedo, é um local onde o conteúdo homofóbico tem morada e, consequentemente, consequências cruéis. Desde os materias escolares que pregam maneiras “corretas” de se relacionar até todas as piadinhas direcionadas aos LGBTs, a perseguição por parte dos professores e diretoria e ameaças de agressão física, tudo isso, faz parte do caráter das escolas. Ao mesmo tempo em que a homofobia nas escolas é um problema tão cotidiano, os professores não possuem o menor preparo para lidar com a questão por ausência de investimentos tanto em políticas públicas específicas como em melhor formação aos professores acerca do tema.

 
Ao passo que a presidente Dilma vetou o projeto “Escola sem homofobia”, o movimento LGBT em especial, mas também movimento estudantil e movimentos sociais como um todo, sofreram uma derrota sendo mais uma vez a discussão sobre diversidade sexual deixada de lado e longe das escolas.

 
Assim, surge a iniciativa da Cartilha LGBT da ANEL. No I Congresso da ANEL, em 2011, os 1700 estudantes participantes votaram por unanimidade a elaboração de uma cartilha como resposta à homofóbica política governamental. Desde então viemos promovendo debates como este do lançamento da Cartilha e, dessa maneira, ampliando os espaços de discussão sobre um problema tão grande como a homofobia e as opressões todas, que urgem em ser combatidas.

 

Criminalização da homofobia! Aprovação imediata do PLC 122 original!

Pela revogação do veto de Dilma ao projeto “Escola sem homofobia”!
Por 10% do PIB para a educação pública já! Não ao PNE do governo!

 
Para adquirir sua Cartilha procure os estudantes que constroem a ANEL.

  

Mais um caso de homofobia em Barão Geraldo.

por João Pedro Mendonça “Portuga”

No último dia 10 de março no Bar Brahma em Barão Geraldo, um casal teve a sua conta fechada e foram escoltados para fora do bar. Agiam normalmente e, como qualquer outro casal, demonstravam o seu afeto e se acariciavam, mas tinham um diferencial: eram homossexuais.

Já são corriqueiras as histórias de gays que são expulsos de bares. Em 2010 aqui mesmo em Barão Geraldo com o casal de lésbicas na Sappore Pizza. Além daqueles que são violentamente agredidos, como o que aconteceu em também no dia 10/03 com dois jovens em Salvador (BA) que foram brutalmente espancados por 6 homens. Sem esquecer dos casos de morte, como a travesti Gardênia que foi assassinada no centro de Campinas no final do ano passado, idêntico ao caso da Camile em 2010.

Os LGBTs passam por diversas situações de opressão em casa, na escola, no trabalho, nas ruas, e essa forma de opressão se chama Homofobia. Embora digam que hoje os homossexuais tem mais direitos, aparecem mais, estão no cinema e na televisão, a homofobia, ao invés de diminuir, tem aumentado ano a ano. O Brasil é o país em que há o maior número de violência contra LGBTs: aqui, um homossexual morre a cada dois dias.

E se os governos não fazem nada em relação a isso, eles também são cúmplices desses crimes. Um exemplo recente é o papelão que a presidente Dilma cumpriu em relação à PLC 122 que criminalizaria a homofobia e o “Projeto Escola Sem Homofobia”, que introduziria o combate a essa opressão nas escolas. Dilma tem enrolado a aprovação da PLC e vetou o chamado Kit Anti-homofobia por ser pressionada pela bancada conservadora e evangélica do congresso.

A criminalização da homofobia e a introdução do combate à opressão nas escolas não acabariam com a homofobia, mas são importantes dispositivos que a combateriam, permitindo os LGBTs a frequentarem bares sem serem expulsos e a saírem à rua sem medo de apanhar ou morrer, seguros de que podem ser e amar quem bem quiserem e como quiserem. Ao mesmo tempo, aqueles que tem aversão às mais diferentes formas de amor, pensariam duas vezes antes de atacar uma pessoa na rua pelo fato dela estar demonstrando a sua afetividade.

– Aprovação da PLC 122 que criminaliza a homofobia.
– Pela aplicação de um Kit Anti-homofobia nas escolas para educar sobre a diversidade sexual. 

Por isso, queremos convidar a todos para debater o tema e juntarem-se neste combate!

Dia 03 de Abril, às 16h no IEL.

Convidados:
Guilherme Rodrigues: integrante da ANEL-SP,
Carlos Caetano: secretaria LGBT do PSTU – Campinas
Janaína: Grupo Identidade.

https://www.facebook.com/events/254260671335580/

Video do lançamento da cartilha!

Nota da ANEL Campinas sobre a punição dos estudantes que lutam por permanência estudantil na Unicamp!

Destacado

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O início de 2011 foi marcado pela truculência do reitor da Unicamp, Fernando Costa, por meio do administrador da moradia, Viotto, que vem sistematicamente perseguindo estudantes dentro da moradia estudantil, chegando a tentar expulsar estudantes: mulheres com filhos maiores de 7 anos, estudantes estrangeiros vindos da África e estudantes que não estão no perfil selecionado pelo SAE. Esta política da reitoria nada mais é do que uma maneira de tentar mascarar a evidente superlotação da moradia que não comporta todos os estudantes que precisam de um lugar para morar. Desde a década de 80, período que a moradia foi feita, a Unicamp mais que dobrou em número de estudantese a moradia não aumentou suas vagas, ela está superlotada.

No começo daquele ano os estudantes se mobilizaram na luta pela ampliação da moradia para que ela possa receber os estudantes que não tem condições de pagar os aluguéis altíssimos fruto da especulação imobiliária de Barão Geraldo.

Após anos exigindo condições dignas de moradia e vagas para todos, ocupamos a administração da moradia para chamar a atenção da reitoria e da opinião pública quanto ao problema que impede o direito ao acesso a educação. E por duas vezes o reitor chamou a tropa de choque para dentro da Moradia, ou seja, dentro de nossas casas para impedir que os estudantes se manifestassem. Em seguida abriu processo disciplinar contra 5 estudantes como forma de punição exemplar. No dia 2 de fevereiro de 2012 saiu no diário oficial o resultado do processo disciplinar: a suspensão por 6 meses destes estudantes.

Sabemos que a política de Fernando Costa, assim como de Rodas, reitor da USP, segue a risca os mandos do governo do Estado de SP de Geraldo Alckimin: a privatização e elitização da USP e Unicamp. Para atingir este fim se utilizam de todos os métodos  repressivos contra os que combatem o seus projetos, reafirmando o perfil antidemocrático da universidade.

Os tucanos estão na ofensiva contra os movimentos sociais em todo Estado como ocorre na política de “limpeza social” e guerra aos pobres na favela do Moinho, na “Cracolândia” e na desocupação das famílias do Pinheirinho em São José dos Campos.

Estes governos tem como “diálogo” o coturno e o cassetete. São dezenas de casos só nas estaduais paulistas: a prisão de 73 estudantes que ocupavam a Reitoria da USP, o não diálogo e a criminalização da greve dos trabalhadores da Unicamp, o ataque a sede do Sintusp, a expulsão de 6 estudantes da USP que ocuparam o CRUSP, entre diversos outros casos.

Temos nosso método de auto organização para combater estes ataques, os estudantes e os trabalhadores não cederão a repressão! Seguiremos lutando por uma universidade pública de qualidade com uma política de permanência estudantil que contemple os filhos dos trabalhadores. Não vamos nos intimidar.

Pela ampliação da moradia da Unicamp para garantir acesso a todos!

Não ao CR como critério de acesso a bolsa trabalho do SAE!

Por uma política de permanência estudantil que contemple os filhos dos trabalhadores!

Fora Viotto e Fernando Costa!

Alckimin reprime para seguir privatizando!

Precisamos de segurança e moradia e não polícia e repressão!

Por uma Universidade a serviço dos trabalhadores!

Nota da ANEL sobre o aumento da passagem de ônibus em Campinas

Nota da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre sobre o aumento da passagem de ônibus em Campinas

Todo ano trabalhadores(as) e estudantes de todo o país são surpreendidos com o aumento do preço das passagens. Esse ano já começa com notícias de aumento aqui em Campinas, mesma cidade envolvida nos esquemas de corrupção do prefeito com as licitações em 2011; a mesma cidade que anunciou o projeto das OS – Organizações Sociais que abririam o caminho para a privatização de todos os setores públicos da cidade -; a mesma cidade que, agora, no final do ano, anunciou  o aumento de 120% do salário dos vereadores e, agora, a mesma cidade que diz que os trabalhadores terão que desembolsar de seus 622 reais, 3,00 reais para andar num ônibus lotado e desconfortável, em que os próprios motoristas e cobradores tem um trabalho realizado em más condições, para reproduzir essa lógica de funcionamento.

O aumento da passagem em Campinas se encontra num contexto de aumentos no país inteiro, como vemos também no Rio de Janeiro e em Teresina, com a população de manifestando – e ,no caso da segunda cidade, sendo violentamente reprimida pelos governos.

O preço da passagem em Campinas já era caro, se relacionado com as más condições de seu funcionamento. Mas ele se torna ainda mais absurdo quando notamos que, com um preço tão alto, fica difícil para que as pessoas consigam ter acesso ao transporte, de forma que passamos a não conseguir acessar coisas que deveriam ser direitos básicos, como educação, cultura e lazer, uma vez que passa a ser caro simplesmente para se chegar aos lugares onde podemos estudar, nos divertir, etc.

Na atual situação em que passamos, com esquemas de corrupção envolvendo o ex-prefeito, com aumento salarial por parte dos vereadores e com aumento da passagem, é necessário que nos organizemos, que desenvolvamos nossas lutas para que possamos barrar esse aumento. Não podemos deixar que transformem o transporte público em uma mercadoria.

Nós da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre achamos necessário vincular todas essas pautas, que interessam a nós, trabalhadores, estudantes, e setores populares em geral, em uma luta unificada contra esses setores que querem nos impor um transporte caro e privado, uma educação a cada dia de pior qualidade (e de mais difícil acesso), ao mesmo tempo em que vemos um salário altíssimo para os vereadores da cidade e esquemas de corrupção sendo denunciados nos jornais. Por isso, reivindicamos:

  • Pela revogação imediata do aumento do preço dos ônibus! Rumo ao transporte público gratuito para todos!

  • Pela revogação do aumento dos salários dos vereadores de Campinas. Que o valor desses aumentos passe a ser usado para baratear o transporte público da cidade!

  • Pelo fim da corrupção em Campinas! Que todo o dinheiro roubado dos corruptos sirva para financiar o transporte público de Campinas a um baixo custo!


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